sexta-feira, 28 de maio de 2021

Resenha: Depois a louca sou eu



Neste livro, a colunista da Folha Tati Bernardi, nos expõe, em formato de crônicas, o quanto sofre sua vida inteira com crises de ansiedade. Ela utiliza o humor como válvula de escape e aborda um tema muito importante para a nossa época: a saúde mental. Tati fala sobre o histórico familiar e a dificuldade em manter amizades, compromissos no trabalho e etc. por conta de sua intensidade e insegurança. Ela também aborda o vício em remédios e a tendência de se envolver em relacionamentos tóxicos. Após tentar vários tratamentos, a autora finalmente começa a se aceitar como é e que terá que conviver com as crises ao longo da vida, buscando na escrita uma maneira de desabafo e até de terapia.

Seguem alguns trechinhos do livro:

“Coisa demais para pensar, coisa demais para lidar. Seis intermináveis anos em Marte, em carne viva, correndo o risco de travarem meu carro, travarem a estrada, travarem minha saída com frases como ‘fica aí, doida’. Como se faz para ir a qualquer lugar sem achar isso gigantescamente insuportável? Sem ficar cansada antes mesmo de ir?”

“Eu teria para sempre, depois daquele dia, medo do demais. Qualquer coisa demais me daria enjoo. Eu perseguiria uma vida de “hoje tá tudo mais ou menos e eu vou deitar pra ver TV e acabar dormindo.”

“A verdade é que não lembro de existir sem estar passando meio mal, com a pressão meio baixa, hipoglicemia, o coração meio disparado, tudo meio rodando, a estabilidade do ar sempre demorando a voltar qualquer que fosse o movimento. E muito enjoo.”

“Se já é complicado ser mulher, ser uma mulher medicada é complicadíssimo.” “Se a gente pudesse, mesmo que de vez em quando, mesmo que por pessoas que discutem dinheiro com a gente, mesmo que de mentirinha, ‘ser gostada’ como filha, pobres das milionárias indústrias farmacêuticas.”

Curiosidade: Tem um filme com a Débora Falabella de mesmo título ;)

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