sexta-feira, 5 de abril de 2024

Vida adulta

 

Não tenho escrito. Nem poemas nem contos nem fragmentos de sonhos ou resenhas. Estava conversando com uma amiga sobre isso. Ela também é escritora. E não tem escrito. Ficamos nos perguntando o que pode estar acontecendo. Quando éramos mais jovens, as ideias pareciam jorrar como enchentes, havia um transbordamento de si. Hoje em dia, temos que nos esforçar para criar alguma coisa, quando conseguimos arranjar algum tempo. Parece que fomos sugadas pela rotina. Vida adulta. É isso aí, senhoras e senhores.

Em paralelo, essa semana, na terapia, estávamos analisando sobre como as atividades que deveriam me nutrir em autocuidado também se tornaram parte da rotina. Mais um item pra checar na lista de tarefas. Meus únicos momentos de fuga são os livros, os filmes e saídas com amigos e familiares. Novamente, a vida adulta bate à porta.

É difícil estar inspirada com contas pra pagar, prazos pra cumprir, aulas pra preparar, textos acadêmicos pra ler. E olha que eu me cuido, mas estou realmente atenta a como me sinto, em vez de ao que faço? Me sinto cansada a maior parte do tempo. Pulo de uma atividade pra outra, mal consigo processar o que vivo. É hora de parar e avaliar.

Não existe, é claro, solução mágica. O que vou tentar é fazer mais pausas, observar o que funciona ou não, o quanto consigo me dedicar ao meu lazer e depois me tornar mais produtiva. Eu gosto da minha vida, da minha rotina, só que há momentos em que precisamos parar e recalcular a rota. Ou vamos repetir os mesmos padrões sem aprender nada. Não quero viver no piloto automático. Vida adulta, sim, com todos os prós e contras, mas alimentando a criança interior de sonhos.

domingo, 28 de janeiro de 2024

Sobre o que não fazemos tão bem

 

No último fim de semana, fui a uma festa flashback com duas amigas da dança. Chegando lá, descobrimos que, para cada música, tinha uma coreografia, ensinada pelo professor, que estava na frente. Tipo um baile charme, que, aliás, já frequentei com uma amiga anos atrás. Olhando os outros dançarem, parece fácil. Fazendo, não é tão simples assim. Eu, particularmente, sou péssima. Erro o tempo, piso pro lado errado, demoro demais no giro... Um desastre. Tentei um pouco e logo cansei. Uma das minhas amigas gostou de dançar a coreografia, já a outra disse que preferia dançar livre. Então, me juntei a essa e dançamos do nosso jeito perto da mesa.

Numa sociedade que valoriza a alta performance, não ser bom em alguma coisa é quase indesculpável. Porém, não se pode ser bom em tudo. As pessoas são diferentes e possuem habilidades diversas. Fazer algo em que não se é tão bom pode ser divertido e libertador. Além do mais, o que é ser bom, o que é o correto? Na dança, por exemplo, existe certo e errado? Não é uma livre expressão? Existe, é claro, o profissional e o amador. Mas qual é o problema de ser amador, se aquela atividade é apenas um lazer? Precisamos nos cobrar menos e nos permitir mais. E você? Ousa fazer aquilo em que não é tão boa/bom?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Sobre o início de ano

 

Pois é, já estamos em 2024. E aí, já fez as metas que não pretende cumprir no novo ano? Eu fiz as minhas mentalmente e já estou colocando a mão na massa. Uma delas era voltar a escrever crônicas pra página e aqui estamos nós. Sabemos que a passagem de ano é apenas um ritual simbólico, mas, de alguma maneira, isso mexe com a gente. Um novo ciclo se abre.

Não sei vocês, mas eu tenho umas viradas de chave muito loucas. Estava um pouco insatisfeita com a minha rotina no final do ano, andava cansada e desanimada. Virou o ano, virei outra! No dia primeiro, já voltei a fazer meus alongamentos matinais e noturnos. Viajei, comi demais, porém no retorno já retomei os exercícios. Ontem fiz esteira, caminhada, yoga e meditação, além de ler, trabalhar e estudar. Cuidando do corpo e da alma. Eu gosto assim, de dias cheios.

Não sei se vou me manter tão exemplar pelo resto do ano, mas vale o esforço. “Os nossos sonhos merecem a nossa disciplina”, é uma frase que minhas amigas costumam usar. Que 2024 nos traga a colheita que desejamos. Mas não nos esqueçamos de plantar as sementes e regar!