terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Resenha - Hospital de Brinquedos


A antologia do horror Hospital de Brinquedos foi um presente da querida Kátia Surreal, que possui um conto no livro. Tive a ótima ideia de começar a ler antes de dormir, enquanto estava sozinha em casa, e fiquei com medo de cada barulhinho noturno – o que mostra que o livro é bom hehe

A história parte da seguinte premissa: um menino tem o dom de dar vida aos brinquedos, e com isso diverte muitas crianças. Porém, quando cresce e passa por eventos traumáticos, como a guerra e a perda dos pais, começa a usar sua habilidade para o mal e amaldiçoa os brinquedos que lhe levam para consertar. Após uma introdução sobre essa história do Sr. Bergman, cada conto, escrito por um autor diferente, focalizará um lar e um brinquedo assombrado.

Podemos encontrar nesse universo: brinquedos vingativos e assassinos, espíritos malignos e jogos amaldiçoados em meio a famílias abusivas e crianças traumatizadas. Assim, a antologia promete momentos tensos e horrores inimagináveis. Porém, mais assustador que qualquer brinquedo aterrorizante é sempre a própria capacidade humana de fazer o mal.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A Coragem de ser Imperfeito - Brené Brown (resenha)

 

A pesquisadora Brené Brown se tornou famosa mundialmente a partir de uma palestra de muito sucesso no TED Talks. Nesse vídeo, ela compartilha dados, fatos curiosos e experiências pessoais que vivenciou durante a sua pesquisa sobre vulnerabilidade. A ideia central é que, quanto mais abraçamos a nossa vulnerabilidade, quanto mais nos expomos e nos lançamos no mundo, maiores as chances de criarmos vínculos autênticos com as pessoas e de sermos mais felizes e satisfeitos com nossas vidas. Só que isso pode ser bastante difícil e doloroso. No livro “A Coragem de ser Imperfeito”, a pesquisadora divide conosco mais informações e conceitos para nos ajudar nesse processo.

Brené Brown chama esse tipo de pessoa (que abraça a vida, que tem autoconfiança e amor próprio desenvolvidos) de “pessoa plena”. E é muito importante acolher a vulnerabilidade para se tornar uma pessoa plena. Vivemos numa “cultura da escassez”, em que nunca se é bom o bastante, bonito, inteligente, rico, bem sucedido o bastante. E o oposto da escassez não é o excesso, igualmente prejudicial, mas o suficiente, a plenitude.

É preciso entender que vulnerabilidade não é fraqueza: pelo contrário, é sinal de coragem. E também não significa se superexpor em busca de aprovação, isso é carência. É necessário superar a vergonha e saber o momento de pedir ajuda, estabelecer relações baseadas na honestidade e na reciprocidade para “viver com ousadia”, que normalmente é o que todos querem.

Um dos pontos mais interessantes do livro é quando a autora menciona os principais medos das mulheres e dos homens com quem conversa. As mulheres costumam ser cobradas para ser perfeitas e são julgadas o tempo todo. Já os homens costumam ser muito criticados e cobrados, não se permite que eles demonstrem fragilidade.

“A Coragem de ser Imperfeito” tem seus momentos mais “autoajuda”, com exemplos um pouco bobos e desnecessários, mas, de forma geral, é uma obra que de fato nos ajuda a entender alguns pontos da sociedade ocidental e nos dá alguns bons conselhos de como encarar a vida com mais leveza. O mais importante é tentar colocar toda teoria em prática, senão tudo se torna apenas um discurso bonito.