Dormir com sono, comer
com fome, perceber as vontades do corpo, que não respeitam necessariamente a
organização cronológica do tempo, é permitir-se viver com mais prazer. Observar
os ciclos: “Hoje estou mais produtiva, vou trabalhar um pouco mais”, “Hoje
estou mais cansada, vou procurar dormir mais cedo”. Comer uma coisinha
diferente, tirar um cochilinho à tarde, ver um filminho à noite, criar brechas
na rotina pra poder relaxar o corpo e a mente, repor as energias. E tudo bem
procrastinar um pouquinho, tudo bem ter preguiça. Faça as coisas no seu próprio
ritmo, saboreando cada atividade, estando presente em cada momento, porque ele
é único.
Seja gentil com você. Se não conseguir cumprir todas as
metas, se não deu tempo de resolver aquele assunto, calma, pare, respire e
recalcule a rota. Enquanto há vida, dá tempo, tem jeito, vai aparecer uma
solução ou outra oportunidade ainda melhor. Não se renda. Entregue-se apenas ao
fluir da vida, deixa acontecer. Planeje, organize-se, dentro do possível, mas
não se cobre tanto e, principalmente, não tente controlar tudo. Perceba e
respeite os seus limites. Não se compare a ninguém. Você não conhece os
bastidores de casos de sucesso. Além disso, o que funciona para o outro nem
sempre funciona pra você. Teste. Experimente. Ouse. E vá se percebendo,
descobrindo o que é bom, o que incomoda, o que falta, o que sobra, o que gosta,
o que prefere evitar.
Viver não tem regras, ser humano não vem com manual de
instruções. Não há acerto sem erro nem aprendizado sem dor. Acolha suas
vulnerabilidades, perdoe suas falhas, faça as pazes com você. Troque a culpa
por responsabilidade e o julgamento por observação. Tenha um olhar generoso
sobre si e os outros. Ria de si mesmo, seja leve. Ame o que faz, dê o seu
melhor. Aceite os dias ruins, valorize os bons momentos. Procure ajuda se
precisar, ofereça o ombro amigo quando solicitado. Seja corpo, seja mente, seja
feliz, seja você, seja.