sexta-feira, 8 de julho de 2022

Sobre razão e emoção

 

Sou uma pessoa muito racional. Meu processo de escrita é bastante consciente. Não demonstro minhas emoções com facilidade. Quase nunca choro. No entanto... Quem me conhece sabe que isso é apenas a casca. A verdade é que sou toda coração. Minha escolha profissional foi feita com paixão. Me empolgo com tudo e todos. Me apaixono perdidamente ou nem quero saber de ninguém. Estou sempre em combustão por dentro, ainda que por fora pareça a calma e a seriedade em pessoa.

Outro dia estava conversando com uma amiga. Sobre como sentimentos são difíceis de administrar e, muitas vezes, nos atrapalham. Pelo rumo que a conversa tomou, chegamos à conclusão de que pessoas aparentemente muito racionais escondem uma grande intensidade e sensibilidade. A gente tem medo de se machucar e aciona logo nossas defesas. Ao mesmo tempo, não nos conformamos com relações líquidas. A gente quer profundidade pra mergulhar. Será que existe um limite saudável entre o amor próprio e a entrega? Deve existir.

Penso no meu professor de dança, que é uma das pessoas mais emocionadas que conheço. Não pronuncia duas frases completas sem embargar a voz. Acho lindo isso! O mundo precisa de gente que não tenha vergonha de chorar. Que não considere fraqueza demonstrar seus sentimentos. Água parada faz a gente adoecer. Sei por experiência própria. Então transbordemos. Façamos arte, música, dança, literatura. Somos seres emocionais. Sinto, logo existo. A razão pode vir depois, como complemento, para organizar a casa. Mas, primeiro, vamos nos permitir pulsar. Combinado?

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