segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Resenha - Anora (filme)

“Anora”, dirigido por Sean Baker e estrelado por Mikey Madison, recebeu vários prêmios e está concorrendo a seis categorias do Oscar, incluindo a de melhor filme. A história começa quase como um conto de fadas moderno, em que a jovem Ani, uma dançarina de slap dance que trabalha em um clube de strip em Nova York, se envolve com o filho de um oligarca russo, Ivan Zakharov, apelidado Vanya. Logo, o rapaz lhe apresenta seu mundo luxuoso, repleto de festas e viagens. Durante uma estadia em Las Vegas, Ivan pede Ani em casamento, pois assim ele obteria o visto americano e não precisaria retornar à Rússia. Está pensando em quais as chances de isso dar certo? Pois é.

O que se inicia como um romance regado a diversão, sexo e dinheiro acaba se tornando um drama, com pitadas de comédia e muita confusão, quando os pais de Vanya descobrem sobre o casamento e resolvem interferir. Eles enviam dois capangas à casa do filho nos EUA com a missão de convencer o casal a anular a união. Acontece que Ivan foge e Anora se recusa a aceitar o fim do relacionamento, o que dificulta todo o processo.

O filme provoca várias reflexões de cunho social, geradas a partir de questões como a irresponsabilidade de Vanya, filhinho de papai que não saiu da adolescência, o desprezo da classe alta a pessoas pobres e o julgamento moral de profissionais do sexo. Ani tem muita personalidade, mas acaba se iludindo com a chance de uma vida melhor, um sonho americano. A personagem, com seu jeito espontâneo e tiradas engraçadas, acaba se tornando cativante e gerando empatia. Mikey Madison está muito bem no papel e merece os prêmios que vêm recebendo.

No geral, a produção diverte e comove, utilizando um tom cômico e realista na medida certa. Apesar de ter o seu valor, para mim não é o melhor filme entre os indicados, pois não impacta como “Conclave” nem tem a originalidade de “Ainda estou aqui”.

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