Quando eu era criança, gostava de jogar no computador. E, sempre que possível, escolhia o nível fácil.
Se era um jogo que eu já conhecia bem, resolvia arriscar o nível médio. O difícil, só de onda, pra experimentar. Até porque eu não gostava de perder. Não tinha paciência. Inclusive, “roubava” pra conseguir mais vidas.
Mais tarde, não consegui aprender a andar de bicicleta porque não queria tirar a rodinha. O tempo passou e continuei levando a vida no nível fácil.
Escolhi a profissão que quis. Não precisei trabalhar até o fim da faculdade. Quando fui morar sozinha, já tinha uma casa própria, herdada dos meus pais. Perdi o emprego, mas tenho a bolsa do Doutorado.
Isso não significa que não me esforcei para conseguir as coisas, mas começar a “jogar” no nível fácil é um privilégio de poucos.
No entanto, não sei até onde vai minha flexibilidade para quando chegar ao nível difícil.
Ou melhor, sei sim.
Porque meu level hard já chegou. Em 2018, com a minha primeira crise. E eu sobrevivi. Com algumas cicatrizes, mas praticamente ilesa. Sou mais resiliente do que pensava.
Você pode ler mais sobre essa experiência no meu livro “Dançando na Varanda” (link na bio e encomendas comigo).
A vida adulta tem fases diferentes para cada um. Mas uma coisa é certa: quando o nível difícil chegar, o melhor é estar bem equipada/o para enfrentá-lo. Então, que a gente possa construir nossas próprias estratégias para enfrentar os desafios quando eles chegarem.
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