O cenário político brasileiro
vive um momento crucial. Os resultados das últimas eleições foram bastante
significativos. Eles nos mostram que, se podemos nos livrar de Bolsonaro
(aguenta coração para o segundo turno), vai ser bem mais complicado extirpar o
bolsonarismo e tudo que ele representa. Diversos candidatos bolsonaristas foram
eleitos para compor a Câmara e o Senado, entre eles Damares, Mourão e Ricardo
Salles. Parece um circo dos horrores.
O bolsonarismo representa o pior
do brasileiro, nosso lado mais preconceituoso, conservador e elitista. Isso não
surgiu com Bolsonaro, mas ele dá voz a essas pessoas. O anti-petismo é apenas
uma desculpa. Fazer críticas ao governo do PT e defender a alternância de poder
é uma coisa. Porém, eleger um cara despreparado, corrupto (mas o problema era
mesmo a corrupção?), misógino, racista, homofóbico, ignorante, e por aí vai, é
algo bem diferente.
É claro que não precisamos
concordar com tudo o que um candidato diz/faz para elegê-lo. Podemos (e
devemos) criticar e cobrar nossos representantes. Mas o debate político se
tornou tão raso que pouco se discutem propostas. Entramos numa polarização
odienta e violenta, com discursos inflamados, ataques pessoais, agressões e até
assassinatos. Isso é preocupante.
A questão vai muito além de ser
de direita ou de esquerda, de pensar diferente, o que é normal e saudável para
a política. Não (re)eleger Bolsonaro é uma questão de valores. “Alemanha acima
de tudo” era o slogan nazista de Hitler, que, vale lembrar, chegou ao poder
legalmente. Eu acredito num Brasil não acima de tudo, mas acima (e além) de
Bolsonaro. Acredito num Deus não acima, mas ao lado de todos, até de quem não
acredita nEle (afinal, o Estado é laico – risos nervosos).
No segundo turno, por favor, vote
com consciência. Não jogue baixo, não dissemine fake news, não se exalte (ai, eu
sei que é difícil, mas vamos tentar). Discuta ideias. Defenda valores. Não vote
por medo nem por ódio. Vote com a mente e com o coração. Vamos tentar ser
melhores – pelo menos a gente faz a nossa parte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário