O terror/horror não é um gênero que agrada a todos. Muitos preferem não entrar em contato com obras desse tipo. Isso se respeita, é claro, pois gosto não se discute. Mas acredito que o horror, assim como qualquer gênero ficcional, nos ensina muito. Especialmente a lidar com nossos próprios fantasmas, individual ou coletivamente. Como diz Stephen King: “Monstros são reais. Vivem dentro de nós e, às vezes, vencem”.
Mesmo quando aborda o sobrenatural e a fantasia, o horror parte de medos reais. O medo do diferente. O medo da morte. O medo do desconhecido. Por isso às vezes é difícil acessar obras com essas temáticas. Durante a pandemia, por exemplo, muita gente não conseguia consumir distopias. Vivíamos uma época por si só bastante distópica. O horror real ultrapassava qualquer medo ficcional.
Então, neste Halloween,
meu desejo é que todo horror permaneça ficcional. Que todo assassinato seja metafórico.
Que distopias se tornem cômicas tamanha a distância que possuem da realidade. Que
os monstros que enfrentamos sejam internos, e que possamos nos respeitar
mutuamente em nossas diferenças. Que entendamos que quem gosta de violência na
ficção, na vida real provavelmente só quer paz. Que o Halloween continue sendo
uma data festiva e divertida e que possamos comemorar tranquilamente por saber
que os monstros estão longe e estamos seguros para fantasiar. Goste você ou
não, feliz Halloween! Coma os doces e não alimente os fantasmas.
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