Cinco da manhã. O despertador toca.
Uma. Duas. Três vezes. Na quarta, uma mão pesa sobre o celular e o polegar ágil
desliza sobre a tela. Merda de barulho irritante! Anunciando um novo dia. Mais
um dia de cão.
Semiconsciente, Silene escova os
dentes após o café apressado. Se arruma. Dá um beijo na neta, que deve acordar mais
tarde pra ir à escola. Desce o morro. Espera seu ônibus no ponto. Até que ele
passa rápido. Que bom. Hoje não vai atrasar. Odeia ouvir sermão da patroa.
Na lata de sardinha urbana, ela se
ajeita como pode. Sempre se sentiu um peixe fora d’água. Agora faz parte de um
cardume. Algum malandro passa a mão na sua bunda. Ei! Não se tem um minuto de
paz.
Uma hora depois, pega o segundo
ônibus, até o trabalho, na zona sul do Rio. O transporte sempre lotado. Silene
se segura e aperta a bolsa contra o peito. Suspira. Mais um dia. Menos um dia.
Fim de semana já chega. É Natal. Nessa época, é obrigatório ser feliz. Mas a
felicidade é um privilégio de poucos. Quem disse que felicidade não se compra
provavelmente já comprou a sua.
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