Há um momento na vida em que nos sentimos adultos,
sentimos o peso da vida adulta, com suas desilusões e cansaços. Sim, o adulto é
um ser cansado, calejado. “Deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui
de mágoa”. O adulto é um ser sofrido, exaurido. “E qualquer desatenção, faça
não, pode ser a gota d’água”. O adulto é um ser no seu limite. A vida adulta se
dá na corda bamba, é um show sem treino, uma corrida contra o tempo. Mas às
vezes o adulto esquece que é adulto e se permite irresponsabilidades de adolescente
e puerilidades de criança – aí ele se descobre, se desnuda e se torna leve; aí
a vida parece valer a pena, por esses pequenos momentos de distração.
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