terça-feira, 4 de outubro de 2022

Sobre eleições

 

O cenário político brasileiro vive um momento crucial. Os resultados das últimas eleições foram bastante significativos. Eles nos mostram que, se podemos nos livrar de Bolsonaro (aguenta coração para o segundo turno), vai ser bem mais complicado extirpar o bolsonarismo e tudo que ele representa. Diversos candidatos bolsonaristas foram eleitos para compor a Câmara e o Senado, entre eles Damares, Mourão e Ricardo Salles. Parece um circo dos horrores.

O bolsonarismo representa o pior do brasileiro, nosso lado mais preconceituoso, conservador e elitista. Isso não surgiu com Bolsonaro, mas ele dá voz a essas pessoas. O anti-petismo é apenas uma desculpa. Fazer críticas ao governo do PT e defender a alternância de poder é uma coisa. Porém, eleger um cara despreparado, corrupto (mas o problema era mesmo a corrupção?), misógino, racista, homofóbico, ignorante, e por aí vai, é algo bem diferente.

É claro que não precisamos concordar com tudo o que um candidato diz/faz para elegê-lo. Podemos (e devemos) criticar e cobrar nossos representantes. Mas o debate político se tornou tão raso que pouco se discutem propostas. Entramos numa polarização odienta e violenta, com discursos inflamados, ataques pessoais, agressões e até assassinatos. Isso é preocupante.

A questão vai muito além de ser de direita ou de esquerda, de pensar diferente, o que é normal e saudável para a política. Não (re)eleger Bolsonaro é uma questão de valores. “Alemanha acima de tudo” era o slogan nazista de Hitler, que, vale lembrar, chegou ao poder legalmente. Eu acredito num Brasil não acima de tudo, mas acima (e além) de Bolsonaro. Acredito num Deus não acima, mas ao lado de todos, até de quem não acredita nEle (afinal, o Estado é laico – risos nervosos).

No segundo turno, por favor, vote com consciência. Não jogue baixo, não dissemine fake news, não se exalte (ai, eu sei que é difícil, mas vamos tentar). Discuta ideias. Defenda valores. Não vote por medo nem por ódio. Vote com a mente e com o coração. Vamos tentar ser melhores – pelo menos a gente faz a nossa parte.

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