A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa abre seu livro “Mentes
Perigosas” com a história do sapo e do escorpião para explicar o comportamento
dos psicopatas. Um escorpião pede ajuda a um sapo para atravessar o rio. O sapo
pergunta como pode saber se o escorpião não vai picá-lo no caminho, mas este
garante que isso não vai acontecer, ou os dois morreriam. O sapo, então, aceita
realizar o favor. Porém, na metade do caminho, o escorpião o pica. O sapo
questiona: “Por que você fez isso? Agora vamos os dois morrer!”. Ao que o
escorpião replica: “Eu sei. Mas é da minha natureza”.
Vou contar outra história boba, de
caráter pessoal. Eu estava a fim de um cara e sabia que ele iria ao evento de
uma amiga. Fui animada para encontrá-lo. Chegando lá, minha amiga ainda não
estava, mas ele sim... Com a namorada. Conversei com os dois e descobri... Que
a garota era muito gente boa. Nos demos bem e passamos momentos bem agradáveis,
até a minha amiga chegar. O que eu posso fazer? É da minha natureza. Tenho
grande fascínio pelos escorpiões, aqueles que condenam à morte, via meus
estudos sobre psicopatas. Mas eu estou mais pra sapo. Morro tentando a
salvação.
Na vida, tem gente escorpião e gente sapo. Os que confiam e
os que ferem. É sempre uma escolha. O que não quer dizer que devemos ser
ingênuos e confiar em qualquer escorpião que aparece pelo caminho. É importante
saber nos proteger. Por isso ignorar o mal é tão nocivo quanto idolatrá-lo.
Temos que conhecer o inimigo para combatê-lo. Ainda assim, seguir acreditando.
É difícil, mas sempre há um caminho. Deve haver outras maneiras de atravessar o
rio. Ninguém precisa levar um escorpião nas costas.