quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Tranquila

Tenho andado muito tranquila. Inclusive, quando preencho minha mandala lunar, é a emoção que coloco na maior parte dos dias: tranquila. E, por mais contraditório que seja, isso me inquieta. Sempre fui uma pessoa empolgada. Apaixonada pelo meu trabalho, pela escrita, pelas pessoas e pelos eventos. Como foi que me tornei uma adulta preguiçosa e acomodada, sempre querendo fugir da sua rotina banal?

Tudo isso por estar tranquila? Caramba, Nicole, relaxa. Vamos encarar os fatos. Continuo sendo uma pessoa responsável: cumpro meus horários e prazos. Procrastino até onde posso, mas faz parte. Pago as minhas contas. Tenho planos e projetos a longo prazo. O que falta? A empolgação? Não sou mais uma adolescente vislumbrada com as possibilidades que a vida oferece. Mantenho os pés no chão. Estudo caminhos. Respeito meu tempo e minha saúde (estou no meio do Doutorado e ainda não surtei - risos). Acho que está tudo bem.

A tranquilidade pode ser um tipo de felicidade, concluí na terapia. Estou em paz. Estabilizada financeiramente, independente, cercada de pessoas que me amam e me apoiam. O futuro pode ser ainda melhor - e eu sempre acredito nisso. Mas vou chegar lá. Step by step. And sometimes, baby steps. A gente perde a ingenuidade, a empolgação, a energia, até certo encanto pela vida. Esse é o preço da maturidade. Mas a essência é a mesma. Ando tranquila e, por que não, feliz.

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